dezembro 15, 2009

Tempo, tempo, velho tempo.

Eu não posso negar que, o tempo, suas teorias e conspirações sempre me causaram boas reflexões.
Hoje, quando parei para pensar em algumas mudanças que ocorreram na minha vida, pude perceber o pouco tempo que se passou. Há um segundo tudo estava em paz.
Há uma semana atrás, eu tinha um namorado, vida instável e planos para os próximos 30 anos.
Hoje eu me vejo completamente desamparada de desejos e anseios futuros, e procuro viver cada segundo, com a intensidade de um sentimento avassalador que surgiu.
Sempre me achei corajosa o suficiente para vencer o tempo e os contratempos, mas nunca me senti a vontade quando minha noção de vida interferia negativamente no destino de outrém.
Agora, estou na beira da porta do avião, esperando o meu sim, o sinal positivo para pular nesta imensidão que não tem tempo, regras ou planos.
Eu preciso sentir tudo que puder.
Eu vou viver MEU TEMPO agora.

outubro 22, 2009

Pronta para pular?

São tantas as saudades que tenho de minhas revoluções internas de quando era possível escrever sem razão, ler sem tema e resmungar sem um motivo aparente.
Estou quase pra cair no precipício dos 20 anos, posso até ver as pedrinhas caindo de tão na beiradinha.
São tantos pesos, tantas responsabilidades e as doçuras passam longe às vezes.
Bom é saber exatamente em quem confiar, ter sempre alguém bom o suficiente para contar pra sempre.
Isso você só encontra no vão dos 20.

maio 13, 2009

A humanidade

Hoje concluindo um TCC sobre Hiperatividade, me deparei com frases do Ghandi que poderiam servir como epígrafe para esta obra.
Pode parecer hipócrita falar de Ghandi, no mesmo e-mail em que confesso que faço TCC´s para outras pessoas, mas de fato, faço isso para viver, e não acho que isso seja um ponto negativo para mim, e sim para as pessoas que me solicitam para tal.
Já explanei sobre minhas insatisfações perante a humanidade, e acho, sinceramente que esta postura não terá fim tão cedo.
Em meio a crise mundial, acredito que as pessoas passaram - a força - a pensar um pouco mais em questões definitivamente essenciais ao ser humano como indivíduo e coletivo dentro de um ciclo vicioso.
Meu lado revolucionário que tira sonecas esporádicas, com tanta decepção estava quase adormecido, mas em meio a uma mudança visível, percebo que ainda há pelo que lutar.
Ressalvo, abaixo, por fim, uma citação belíssima e de extrema inteligência do mestre Ghandi, que me dá motivo e coragem para lutar por uma humanidade melhor.
"Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo."

maio 05, 2009

Sobre a efemeridade das mídias

Umberto Eco

No encerramento da Escola para Livreiros Umberto e Elisabetta Mauri, em Veneza, falamos, entre outras coisas, sobre a efemeridade dos suportes da informação. Foram suportes da informação escrita a estela egípcia, a tábua de argila, o papiro, o pergaminho e, evidentemente, o livro impresso. Este último, até agora, demonstrou que sobrevive bem por 500 anos, mas só quando se trata de livros feitos de papel de trapos. A partir de meados do século 19 passou-se ao papel de polpa de madeira, e parece que este tem uma vida máxima de 70 anos (com efeito, basta consultar jornais ou livros dos anos 1940 para ver como muitos deles se desfazem ao ser folheados).

Portanto, há muito tempo se realizam congressos e se estudam meios diferentes para salvar todos os livros que abarrotam nossas bibliotecas: um dos que têm maior êxito (mas quase impossível de realizar para todos os livros existentes) é escanear todas as páginas e copiá-las para um suporte eletrônico.

Mas aqui surge outro problema: todos os suportes para a transmissão e conservação de informações, da foto ao filme cinematográfico, do disco à memória USB que usamos no computador, são mais perecíveis que o livro. Isso fica muito claro com alguns deles: nas velhas fitas cassete, pouco tempo depois a fita se enrolava toda, tentávamos desemaranhá-la enfiando um lápis no carretel, geralmente com resultado nulo; as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade, e se as usarmos para estudar, rebobinando-as e avançando com frequência, danificam-se ainda mais cedo.

Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil sem ficar riscado demais, mas não para verificar quanto dura um CD-ROM, que, saudado como a invenção que substituiria o livro, saiu rapidamente do mercado porque podíamos acessar online os mesmos conteúdos por um custo muito menor. Não sabemos quanto vai durar um filme em DVD, sabemos somente que às vezes começa a nos dar problemas quando o vemos muito. E igualmente não tivemos tempo material para experimentar quanto poderiam durar os discos flexíveis de computador: antes de podermos descobrir foram substituídos pelos CDs, e estes pelos discos regraváveis, e estes pelos "pen drives".

Com o desaparecimento dos diversos suportes também desapareceram os computadores capazes de lê-los (creio que ninguém mais tem em casa um computador com leitor de disco flexível), e se alguém não copiou no suporte sucessivo tudo o que tinha no anterior (e assim por diante, supostamente durante toda a vida, a cada dois ou três anos), o perdeu irremediavelmente (a menos que conserve no sótão uma dúzia de computadores obsoletos, um para cada suporte desaparecido).

Portanto, sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos e eletrônicos são rapidamente perecíveis, ou não sabemos quanto duram e provavelmente nunca chegaremos a saber. Enfim, basta um pico de tensão, um raio no jardim ou qualquer outro acontecimento muito mais banal para desmagnetizar uma memória. Se houvesse um apagão bastante longo não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica.

Mesmo tendo gravado em meu computador todo o "Quixote", não o poderia ler à luz de uma vela, em uma rede, em um barco, na banheira, enquanto um livro me permite fazê-lo nas piores condições. E se o computador ou o e-book caírem do quinto andar estarei matematicamente seguro de que perdi tudo, enquanto se cair um livro no máximo se desencadernará completamente.

Os suportes modernos parecem criados mais para a difusão da informação do que para sua conservação. O livro, por sua vez, foi o principal instrumento da difusão (pense no papel que desempenhou a Bíblia impressa na Reforma protestante), mas ao mesmo tempo também da conservação.

É possível que dentro de alguns séculos a única forma de ter notícias sobre o passado, quando todos os suportes eletrônicos tiverem sido desmagnetizados, continue sendo um belo incunábulo. E, dentre os livros modernos, os únicos sobreviventes serão os feitos de papel de alta qualidade, ou os feitos de papel livre de ácidos, que muitas editoras hoje oferecem.

Não sou um conservador reacionário. Em um disco rígido portátil de 250 gigabytes gravei as maiores obras-primas da literatura universal e da história da filosofia: é muito mais cômodo encontrar no disco rígido em poucos segundos uma frase de Dante ou da "Summa Theologica" do que levantar-se e ir buscar um volume pesado em estantes muito altas. Mas estou feliz porque esses livros continuam em minha biblioteca, uma garantia da memória para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane.

abril 20, 2009

Divagações cotidianas.

Nós só percebemos o quanto estamos ficando velhos quando, numa emenda de feriado, você deixa de ficar de pernas para o ar, para colocar o trabalho em dia.
Suas prioridades passam a ser outras, e coisas que antes eram normais, se tornam "o passado remoto do qual devemos lembrar nostalgicamente".

Ai, lembra daquilo? Ah, que saudade.

abril 16, 2009

Conselhos de Bill Gates para os Jovens

Regra 1 : A vida não é fácil, acostume-se com isso.

Regra 2 : O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de você sentir-se bem com você mesmo.

Regra 3 : Você não ganhará US$ 40.000 por ano assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

Regra 4 : Se você acha seu professor rude e chato, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você em nenhuma circunstância. Você será cobrado o tempo todo.

Regra 5 : Fritar hambúrgueres, cortar grama ou lavar carros não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de "oportunidade".

Regra 6 : Se você fracassar, não é culpa de seus pais, então não lamente seus erros, aprenda com eles.

Regra 7 : Antes de você nascer seus pais não eram tão chatos como são agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, levar você à escola, lavar suas roupas, fazer comida para você e ter que ouvir você falar o quanto você é legal. Então, antes de salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto, lavar seus talheres e ser mais amável com sua mãe.

Regra 8 : Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores por imposição da Associação de Pais, Alunos e Mestres, a vida não é assim, ela sempre fará esta distinção. Em algumas escolas não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece absolutamente em nada com a vida real.

Regra 9 : a vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

Regra 10: Televisão não é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou o clube e ir trabalhar.

Regra 11: Seja legal com seus nerds. Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para um deles.

fevereiro 19, 2009

Paciência

Ultimamente, descobri que a virtude da paciência passa longe do meu corpo, e cada vez mais uma intolerância com tudo e todos me invade.
Não importa em qual lugar do mundo você esteja, sempre existe falta de respeito, falta de senso coletivo, falta de amor - brilho nos olhos.
Agora que estou mais sozinha do que nunca, me pego a observar rostos alheios, gestos.
O ser humano é fantástico e auto-destrutivo.

Lembro-me de um verso de Quintana:
"Todos esses que aí estão
atravancando meu caminho,
eles passarão,
eu, passarinho"

Respeito para a humanidade - paz e amor é consequência.

fevereiro 04, 2009

Balanço geral

Achei este título meio tosco e um tanto quando clichê, mas é a pura verdade.
Hoje tomei uma decisão que deveria ter tomado a muito tempo.
Tirei DEFINITIVAMENTE uma coisa da minha vida, que apesar de ter me proporcionado momentos incríveis, me deixava muito triste.
Hoje decidi ser mulher de verdade, bater no peito e dizer:
- Sou totalmente responsável pelos meus atos, e não volto atrás.
Eu vou apenas viver para as pessoas que tentam me compreender, que estão comigo mesmo durante os meus sumiços repentinos, e que me amam acima de tudo.
Grosseiros, altruístas e afins estão fora.
Pode parecer doloroso nos primeiros momentos, vai deixar saudade como tudo que um dia me fez bem e eu resolvi abandonar, vai fazer chorar às vezes também.
Mas só vou me conhecer de verdade, se puder e fizer isto.

janeiro 24, 2009

Bio

Eu sou chata. Praticamente insuportável.
Gosto da paz, da paz e da paz. Serenidade aos sábados e domingos.
Sou velha de alma, de moral, e de coração.
Tenho dentro de mim as verdades, muito bem resolvidas, obrigada.
Sou a solidão, prazer.
Sou feliz.

NUMA MOLDURA CLARA E SIMPLES, SOU AQUILO QUE SE VÊ.

janeiro 22, 2009

Sobre o Big Brother

Para os alienados de plantão, quando se fala do Grande Irmão ("Big Brother"), muitas pessoas só lembram daquele programa que passa na Rede Globo (manipulação, a gente vê por aqui!).
Poucos sabem, de fato, o que é realmente o grande irmão.
No romance de George Orwell, intitulado 1984, é um personagem que tudo vê, tudo sente, tudo manipula.

Em miúdos, neste romance, todas as pessoas da sociedade são vigiadas por uma entidade superior, ou teletas, que controlam através de câmeras instaladas em todo lugar.

Os habitantes controlados, são constantemente lembrados que “O grande irmão zela por ti”

So, if the "Big Brother is watching you", turn off the television – PLEASE!

Em tempos de crise...

Giram explanações sobre uma crise financeira que atingiu todo o mundo nos útimos tempos.
O que o mundo não se deu conta, é que esta crise financeira, é mais uma em meio a tantas outras crises iminentes como a fome, as guerras enrustidas - ou não -, o descaso, a falta de respeito.
Neste mundo, é tão difícil fazer parte da raça humana.
É muito complicado assumir:
- Sim, sou humano. Humano, porém dentro de minhas possibilidades, não faço nada.

Acho que esta citação do Veríssimo resume, em suma o futuro da humanidade em tempos de crise.
"Cada privação criará a sua elite. Com a falta de energia elétrica teremos a ascensão dos ladrões, acostumados a andar no escuro. A crise da habitação favorecerá os que vivem embaixo das pontes. Estes venderão seu know-how financiado, mas a correção monetária será demasiada e haverá uma onda de despejos, para dentro do rio. Comece, portanto, a tratar melhor os miseráveis. Dê altas esmolas. Corteje seus empregados. Seja caridoso. E se você é daqueles que dizem -"Não sei como essa gente consegue sobreviver"- procure descobrir e decore tudo. Para eles a crise sempre existiu. Eles têm uma prática" (Evolução - Veríssimo).

Espero anciosamente para usar meu guia do mochileiro das galáxias - LOGO.

janeiro 21, 2009

Vida louca, vida!

Para ser sincera, esta vida de engolir sapos no café da manhã, no almoço e no jantar já deu o que tinha que dar.
O que nós, pessoas politicamente conscientes e corretas, ganhamos pela boa vizinhança, pelo pensamento no próximo, pelo insconsciente coletivo?
Eu só ganhei coisas ruins, não que eu vivesse para arrecadar recompensas, mas uma boa reação positiva é um ótimo energizante para os tempos de crise.
E que tempo de crise é esse?
Quero mais daqui para frente ser uma frenética adepta do "Venha nós". Espero que, diante disso, minha alma bobona aceite isso como condição.

janeiro 04, 2009

04.JANEIRO - reflexos.

Acredito fielmente que sou o núcleo sadio de uma célula podre, ou quisá, que não pertenço a este lugar.
No meu ar tem tudo de ruim.
- De onde vem tanta inveja, rancor, tanto ódio e pouco respeito?
Vivia na inércia dos pontos que se acumulam, das partículas que se juntam à espera de um big-bang. O instante chegou, por fim, explodiu e ficou.
Tem poeira no ar, agora, e está me sufocando.
- Que cisrcunstâncias podres, estas que me reservaram.
Ser avestruz, ou tatu? Desejo apenas o buraco que me devolverá o escuro e o silêncio.

Por favor, o SILÊNCIO.